sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cordel das Maravilhas

I
Eu vou contar desta vez
No meu verso popular
Umas coisas do passado
De outro tempo e lugar
A Deus peço proteção
Ao leitor a atenção
Sobre o que eu vou falar

II
O que passo a relatar
Sobre civilização
Envolve desde ciência
Arte e religião
Apogeu, queda de império
O mais profundo mistério
Que a vida dá razão

III
Pois comecemos então
Falando toda verdade
Sobre as Sete Maravilhas
Do tempo da antiguidade
Que desafia a ciência
Ensina a sapiência
A contemporaneidade

IV
Havia uma cidade
De Olímpia se chamava
Era na Grécia antiga
Que a Estátua de Zeus estava
De marfim e pedraria
Ouro seu corpo cobria
Todo mundo admirava

V
A 15 metros chegava
A imagem do deus pagão
Feita cinco séculos antes
Do nosso tempo cristão
Naquela época esculpida
Na mesma foi destruída
Causou grande confusão

VI
Com grande ostentação
Um túmulo foi construído
Para abrigar Mausolo
Um monarca falecido
Com adornos nas fachadas
De mármore bem decoradas
Mas logo foi destruído

VII
Este túmulo conhecido
Causou inveja a reis
Mausoléu de Halicarnasso
Que sua viúva fez
Num tremor fragmentado
Só o nome foi deixado
Assim acabou de vez

VIII
Em Éfeso o povo fez
Um templo pra Artemisa
Diana para os romanos
Tinha até sacerdotisa
Uma deusa poderosa
Sua casa bem formosa
D’ouro, prata e pedra lisa

IX
A sua época precisa
Agora vou relatar
Antes do tempo cristão
Três séculos a se contar
Em Londres tem fragmento
Deste grande monumento
Num museu pode se achar

X
Algo espetacular
Fantástico e colossal
Foi o Colosso de Rodes
Um monumento naval
Foi Chares seu construtor
Grego de muito valor
De gênio fenomenal

XI
A estátua de forma tal
Nos portos foi assentada
Uma perna em cada porto
Toda nau era obrigada
A passar embaixo dela
Navio e caravela
Só tinha a mesma entrada

XII
A estátua embasada
Chamava muito atenção
Por medir quarenta metros
De bronze, cobre e latão
Com um terremoto ruiu
Na baia imergiu
Acabou a atração

XIII
Pra dar orientação
Sendo de noite ou de dia
A todos os navegantes
Tal uma estrela guia
Por Sóstrato de Cnido
Em Faros foi construído
O Farol de Alexandria

XIV
Foi o de mais serventia
Dos monumentos de outrora
Foi feito em vinte anos
Destruído numa hora
Primeiro farol do mundo
Conforme estudo profundo
Dele nada resta agora

XV
Tão belo como a aurora
Em nome do puro amor
Foi construído um jardim
Por Nabucodonosor
Sobreposto e imenso
Era um Jardim Suspenso
Obra de grande esplendor

XVI
O arquiteto construtor
Pois bases, arcos e pontes
Bombeou água do Eufrates
Sobrepois quedas e fontes
Terraços, bases, estruturas
Um jardim lá nas alturas
Sobrepunha horizontes

XVII
Por entre aqueles montes
Este famoso jardim
Suspenso magistralmente
Falava do amor sem fim
Babilônia de outra era
Agora uma quimera
Quase tudo tem um fim

XVIII
Agora pergunto a mim
Tudo é frágil e finito?
Tudo que foi Maravilha
Virou pedra, pó, granito?
Não, pois vejam em Gizé
O que era antes, hoje é
As Pirâmides do Egito

XIX
Desafio ao infinito
Cumprindo os seus destinos
Túmulos de três faraós
Que queriam ser divinos
Ali foram sepultados
Em faixas, embalsamados
Quéops, Quéfren e Miquerinos

XX
Faros , Creta, Rodes, Minos
O esplendor do passado
Todos sumiram no tempo
Acabou-se o legado
Só as Piramides estão lá
Como a nos desafiar
Sobre o significado

XXI
Quanto tempo já passado
Quase que cinco mil anos
Da construção magistral
Por força desses tiranos
Do povo na escravidão
Num regime de opressão
Concluíram os seus planos

XXII
Marcos de grandes tiranos
Ou monumentos de amor
Que querem dizer pra nós?
Qual o seu real valor?
Que nos trazem de lição?
Será que foi tudo em vão?
Me respondam por favor!

XXIII
Sou um simples cantador
É pouca a minha leitura
Cada um que se aventure
Nesta grande aventura
Procure me explicar
Por aqui eu vou parar
Volto em data futura.

XXIV
Rumando na minha estrada
Um passo cá, outro ali
Y que de fato, poderia ser o “i”
Bom de verso e de toada
Agora a minha morada
Começa no mar sem fim
Uns perguntam para mim
Respondo eu bem ligeiro
Isto é artista brasileiro
Mas chamem RUY BACURIM


Ruy Rodrigues

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Inspiração

INSPIRAÇÃO.


Quando vem a inspiração
Nem adianta pensar
É trem que anda na linha
Navio que afunda no mar
Ë água de ribanceira
É balão que vai pro ar

Ë pensador a pensar
Nas coisas do Pai Eterno
Pois já disse Zé Limeira
O macho da perna é o perno
O pensamento viaja
Pelo além pós-moderno

Escreva no seu caderno
O que agora eu desdigo
Quando eu estou com raiva
Até com eu mesmo brigo
Troco até o meu próprio nome
Me chamo de Ruy Rodrigo



Maceió (AL),
Bacurim.(Ruy Rodrigues)

Venha Ouvir Minha Viola



VENHA OUVIR MINHA VIOLA


Tenho andado aperriado
Por conta da correria
Às vezes esqueço a poesia
Que é meu mais puro legado
Mas venho repentinado
Retornando a minha sina
Cá na terra agrestina
O poeta se rebola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Relembro a cantoria
De um Severino Ferreira
Geraldo Amâncio Pereira
Estes têm sabedoria
Se eu igualar-me um dia
A verve alencarina
Ou mesmo a potiguarina
Vou criar nova escola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Venha ouvir, companheira
Sugestão de Benvenuto
Este meu verso matuto
De poesia brasileira
Sem mistura estrangeira
Este feito na surdina
Com pureza de menina
De candura que evola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Tenho amor absoluto
Pelo a prima e o bordão
Caixa ressoa baião
Eu ponteio resoluto
Zombeteiro e astuto
Cantador não desafina
Sua fonte é cristalina
Mata a sede e lhe consola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Quem escutar o refrão
Desde simples cantador
Vai lembrar de todo amor
De uma noite de São João
Da fogueira e do rojão
Da palhoça pequenina
Onde a fé nunca termina
Pois Deus é a própria esmola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

A viola ta lembrando
Que é tempo de pensar
Outubro é pra se votar
Sabendo em quem ta votando
Eu vejo o tempo passando
Piorando a nossa sina
A classe que nos domina
A toda gente enrola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Por enquanto vou parar
Maria tá me chamando
Eu vou mais fico pensando
Que não posso me calar
Hoje vou ao meu lugar
Onde a arte ensina
O verso a vida ilumina
Entre na luta de sola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Ruy Rodrigues
31 de agosto de 2002.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Quem é Ruy do Ceará?




Nascido no interior do Ceará, na cidade de Iguatu, filho mais velho de Seu Heleno e Dona Neuba, artistas populares da música, do circo e do teatro, Ruy teve uma boa parte da sua infância vivida no meio circense.


A veia poética herdou do pai, também músico e poeta popular cordelista, além de ser Seu Heleno um dos grandes artistas populares da sua terra. Então, Ruy, desde cedo iniciou seus trabalhos como músico, poeta e cordelista, quando jovem participou de grupos de teatro, no qual foi autor de algumas peças. Quando participava em grupos de jovens desenvolveu muito seu lado crítico questionador.


Por aí muito aconteceu em sua vida artística, sempre produzindo cordéis e poesias, até chegar ao ano de 2000, quando ele estava morando na cidade de Surubim no Pernambuco, ao completar 40 anos lançou o livro "40 anos de Pensamentos e Reflexões ou A Poesia Nossa de Cada Dia" no qual deixou registrado poemas, prosas e cordeis.


Ruy, morando atualmente em Maceió-AL, já escreveu muitos cordéis inspirados na terra Alagoana e tem muitos projetos, um deles é a divulgação de seu trabalho poético através deste blog e de outros meios. Portanto, aproveitem e divulguem, pois essa é a nossa cultura Nordestina.

Contatos

Para maiores informações, contato com o autor, dúvidas ou sugestões:
ruy.r@ig.com.br
ou
benita.rodrigues@hotmail.com

obrigada.