quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Venha Ouvir Minha Viola



VENHA OUVIR MINHA VIOLA


Tenho andado aperriado
Por conta da correria
Às vezes esqueço a poesia
Que é meu mais puro legado
Mas venho repentinado
Retornando a minha sina
Cá na terra agrestina
O poeta se rebola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Relembro a cantoria
De um Severino Ferreira
Geraldo Amâncio Pereira
Estes têm sabedoria
Se eu igualar-me um dia
A verve alencarina
Ou mesmo a potiguarina
Vou criar nova escola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Venha ouvir, companheira
Sugestão de Benvenuto
Este meu verso matuto
De poesia brasileira
Sem mistura estrangeira
Este feito na surdina
Com pureza de menina
De candura que evola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Tenho amor absoluto
Pelo a prima e o bordão
Caixa ressoa baião
Eu ponteio resoluto
Zombeteiro e astuto
Cantador não desafina
Sua fonte é cristalina
Mata a sede e lhe consola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Quem escutar o refrão
Desde simples cantador
Vai lembrar de todo amor
De uma noite de São João
Da fogueira e do rojão
Da palhoça pequenina
Onde a fé nunca termina
Pois Deus é a própria esmola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

A viola ta lembrando
Que é tempo de pensar
Outubro é pra se votar
Sabendo em quem ta votando
Eu vejo o tempo passando
Piorando a nossa sina
A classe que nos domina
A toda gente enrola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Por enquanto vou parar
Maria tá me chamando
Eu vou mais fico pensando
Que não posso me calar
Hoje vou ao meu lugar
Onde a arte ensina
O verso a vida ilumina
Entre na luta de sola
Venha ouvir minha viola
Puramente Nordestina

Ruy Rodrigues
31 de agosto de 2002.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu mesmo tô achando ótimo!

Contatos

Para maiores informações, contato com o autor, dúvidas ou sugestões:
ruy.r@ig.com.br
ou
benita.rodrigues@hotmail.com

obrigada.