terça-feira, 19 de março de 2024
quinta-feira, 26 de janeiro de 2023
CANTANDO CIÊNCIA
Resolvi
cantar ciência
Pro
povo se admirar
Irei
fundo nos gametas
No
abismo nuclear
Nas
divisões celulares
Do
galope a beira-mar
Na
sextilha popular
No
“dez-pés” ou no mourão
Vou
lascar genes alelos
Membranas
e rotação
Vou
misturar tudo agora
Nas
oitavas de quadrão
Nosso
núcleo em fusão
Do
velho Darwin sabido
Os
vasos comunicantes
De
um zigoto perdido
Tenho
que escrafunchar
no oitavão rebatido
Vendaval
enfurecido
DNA
sobre humano
Nossa
trigonometria
Teorema
euclidiano
Tudo
se tem na ciência
Do
martelo alagoano
Formação
do minuano
Seringa
e estilete
Chave
e não pertence
Parêntese
e colchete
Vem
da pura matemática
Cantada
num gabinete
Essência
de sabonete
Quase
a nona maravilha
Cromossomos
afluentes
Lá
na queda da bastilha
Rotação
e translação
É a
terra na carretilha
A
potência de uma pilha
Num
foquite iluminado
O
Farol de Alexandria
Um
cateto improvisado
Teorema
de Pitágoras
Canto
num mourão voltado
Quem
ficar admirado
Não
responda a questão
Pois
o “Aedes aegypti”
Causou
tanta confusão
Neste
Brasil de caboclo
De
mãe preta e pai João
Numa
noite de São João
Tem
ciência em garantia
Vai
o matuto e aquece
O
ar e o balão subia
Sem
ter estudado em livro
Diz
a santa poesia
Pra
cantar filosofia
Perna
de protozoário
Os
namoros dos gametas
Galáxias
do planetário
Só
quem estudou Camões
No
velho abecedário
O
coronel Belizário
Fez
coisas que ninguém faz
Estudou
os componentes
Daquela
cola tenaz
Eita
Brasil de mãe preta
Preto
velho e pai Tomáz
Na
nossa busca de paz
Vejo
a pureza da rosa
E o
Bush por ambição
Vai
em rota perigosa
Não
vale um peido da gata
Não
vale a mais fraca glosa
Monalisa
tão formosa
Tem
mistério no olhar
Esta
tal
O
sorriso é de encantar
Nem
Romano da Mãe d’água
Saberia
explicar
E
agora pra terminar
Dois
mil e cinco era o ano
O
tempo é mestre de tudo
Nunca
comete engano
Fecho
Cantando Ciência
No
Rojão Pernambucano.
Nota
: Verso feito em 2005 e hoje, dia 24.01.2023, fiz a Sextilha derradeira, por
acaso vi este Verso e vi que estava por
terminar, já pensou.
Ruy Rodrigues – Na terra das lagoas
de 2005.
domingo, 20 de fevereiro de 2022
Megalocéfalo
Quando ele era menino No sertão do seu lugar Deu-se um fato interessante Nem sei se devo contar Ele hoje é adulto Mas pode traumatizar O seu pai foi trabalhar E D. Mazé falou Vicente vá lá na feira A dispensa esvaziou Falta legume e frutas Desde ontem a acabou Seu Vicente retrucou Eu já estou atrasado Mande Pedro ir comprar E quando eu voltar do roçado Comprarei o mais complexo E assim ficou acertado E assim foi ao mercado Nosso herói e a relação: Uma penca de banana Doze laranjas, melão E mais duas melancias 4 quilos de mamão Quando chegou no portão Parou ali no caminho Disse mãe,pra trazer Eu contrato um carrinho ? Não precisa não meu filho Traga no seu bonezinho! |
terça-feira, 14 de setembro de 2021
Ao Poeta Manga Rosa
Este tal de Manga Rosa
É um sujeito presepeiro
Ganhou este cognome
Lá no Rio de Janeiro
Hoje então no Iguatu
Quer ser em tudo o primeiro
Eu que morei em Salgueiro
Caruaru, Surubim
Hoje estou em Maceíó
E penso não ser assim
Ele tem que respeitar
O grande Ruy Bacurim
Sempre que ele vem a mim
É sempre a mesma besteira
Que já cantou uma vez
Com Severino Ferreira
Que lhe homenageou
Geraldo Amancio Pereira
Nossa Iguatu Inteira
Ouve a conversa insana
Mas na hora de cantar
Até a si mesmo engana
Pois só diz uma besteira
Quando está cheio de cana
Vá procurar a cigana
Que ganhou o seu vintém
Que lhe enganou com conversa
Com coisa lá do Além
Pois poeta na família
Só tem eu e mais ninguém.
segunda-feira, 7 de junho de 2021
São João Sem Fogueira.
Olha pro céu meu amor
Linda noite estrelada
Ví meu rosto na bacia
Já era de madrugada
A fogueira não queimou
E até agora nada
Veja que coisa engraçada
No céu não tem um balão
Nem na Tonga da Mironga
Não se solta um rojão
E não tem tanta fogueira
Nem quadrilha no salão
Não se vê nenhum clarão
Milho assado no terreiro
Falta tiro de ronqueira
Neste Nordeste inteiro
Falta o Arrasta Pé
E o som do sanfoneiro
Não bate o zabumbeiro
Pras meninas de espalhar
Nem bicada de cachaça
Nem gosto pode tirar
Viva São João e São Pedro
Não ouço ninguém gritar
A água a se derramar
Nem vi rosto na bacia
Por isso que eu fiquei triste
Um Junho assim quem diria
Acode meu Santo Antonio
Valei-nos Santa Maria
Deus nos dê sabedoria
Pra cada um entender
E mudar para melhor
Nossa vida renascer
E uma festa de fato
Em breve vamos fazer
Quero bem alto dizer
De dentro do coração
Salve a Paz e a Justiça
Salve a gente do sertão
Viva nosso Santo Antonio
Viva São Pedro e São João.
Maceió, Junho 2020.
domingo, 6 de junho de 2021
Nossa Fé Popular
A fé , uma coisa simples
Mas também complicada
E a nossa Fé popular
Em Deus está embasada
Não no nosso Deus exclusivo
Mas no Deus Infinitivo
A essência inalcançada
Veja que a nossa estrada
É múltipla, universal
E o Deus amigo da gente
É Deus Pai-Mãe, fraternal
Que diz que a simplicidade
O crer, na pura humildade
É o caminho real
Pois muito bem pessoal
É assim a nossa Fé
Do homem que tá na roça
De quem nos diz: Paz Axé
No terreiro da Irmandade
No altar , no Candomblé
De quem vai ao Canindé
Ou de quem se faz romeiro
Devotos do Padre Cícero
O Santo do Juazeiro
Ou de quem lá no sertão
Rezou com Frei Damião
Caminhante verdadeiro
Quem abre o seu Terreiro
Pra saudar seu Orixá
Pra cantar a tradição
Balançando o xaxará
Ou vendo um novo amanhã
Saudando o Pai Tupã
Saudando o Pai Oxalá
Carregando o patuá
Os bentos, as orações
Todos têm suas crenças
Trazidas por gerações
Sentindo e acreditando
A fé do povo pulsando
Mantendo as tradições
Sincretismo, orações
Ex-votos, promessas até
Índio, Negro, Branco, todos
Pois Nosso Deus um só é
Sua essência : o Amor
Acreditar tem valor
Assim seja nossa fé.
Nas Alagoas, Junho de 2020.
Contatos
ruy.r@ig.com.br
ou
benita.rodrigues@hotmail.com
obrigada.