Agora Eu Digo e Faço
Vou botar lá no meu Blog
Coisas que eu nunca fiz
Passar o dia tirando
Melecas do meu nariz
Fazer uma arapuca
E ir caçar com Catuca
Pegar graúna e concriz
Querendo ser mais feliz
Dar a palavra e fazer
Viver a vida todinha
Na regra do bem viver
Em tudo ser verdadeiro
Morar de novo em Salgueiro
Aí é que eu quero ver.
Arrochar prá ver doer
Torando pra emendar
Bater de novo em Manga
Que é seu costume apanhar
Cantar de novo em Aquino
Fazer coisas de menino
Pro povo se admirar
No meu repente falar
Da amizade verdadeira
Fazer um novo Cordel
Cantar no meio da feira
Com capa em xilogravura
Reinventar a cultura
Nordestina e brasileira
Recantar Mulher Rendeira
Tal um novo Lampião
Lembrar da grande figura
Do Padre Ciço Romão
Não esquecer um segundo
Do grande artista do mundo
Seu Luiz, Rei do Baião
Comer de novo pirão
De caldo, duma costela
Lembrar de uma namorada
Que tive, era banguela
E uma moto que comprei
Que a prestação não paguei
Vieram e tomaram ela
Vou comer sirigoela
Que é a fruta mais gostosa
De novo comer pamonha
Na casa de Dona Rosa
Se me danar vou à Roma
Comprar um quilo de goma
Deixo a Cúria em polvorosa
Se dane a gente invejosa
Que não entende a poesia
Que não sabe que o poeta
É como a ventania
Que sopra sem direção
Só ele sabe a razão
Valei-me Dona Luzia
Se apertar a gata mia
Pois pare de apertar
Hoje eu tô no Recife
Bem aqui perto do mar
Vaquejada é em Surubim
Poeta é Ruy Bacurim
Se lasque quem não gostar.
Dia dos Pais de 2015, na Terra do Frevo.