Resolvi
cantar ciência
Pro
povo se admirar
Irei
fundo nos gametas
No
abismo nuclear
Nas
divisões celulares
Do
galope a beira-mar
Na
sextilha popular
No
“dez-pés” ou no mourão
Vou
lascar genes alelos
Membranas
e rotação
Vou
misturar tudo agora
Nas
oitavas de quadrão
Nosso
núcleo em fusão
Do
velho Darwin sabido
Os
vasos comunicantes
De
um zigoto perdido
Tenho
que escrafunchar
no oitavão rebatido
Vendaval
enfurecido
DNA
sobre humano
Nossa
trigonometria
Teorema
euclidiano
Tudo
se tem na ciência
Do
martelo alagoano
Formação
do minuano
Seringa
e estilete
Chave
e não pertence
Parêntese
e colchete
Vem
da pura matemática
Cantada
num gabinete
Essência
de sabonete
Quase
a nona maravilha
Cromossomos
afluentes
Lá
na queda da bastilha
Rotação
e translação
É a
terra na carretilha
A
potência de uma pilha
Num
foquite iluminado
O
Farol de Alexandria
Um
cateto improvisado
Teorema
de Pitágoras
Canto
num mourão voltado
Quem
ficar admirado
Não
responda a questão
Pois
o “Aedes aegypti”
Causou
tanta confusão
Neste
Brasil de caboclo
De
mãe preta e pai João
Numa
noite de São João
Tem
ciência em garantia
Vai
o matuto e aquece
O
ar e o balão subia
Sem
ter estudado em livro
Diz
a santa poesia
Pra
cantar filosofia
Perna
de protozoário
Os
namoros dos gametas
Galáxias
do planetário
Só
quem estudou Camões
No
velho abecedário
O
coronel Belizário
Fez
coisas que ninguém faz
Estudou
os componentes
Daquela
cola tenaz
Eita
Brasil de mãe preta
Preto
velho e pai Tomáz
Na
nossa busca de paz
Vejo
a pureza da rosa
E o
Bush por ambição
Vai
em rota perigosa
Não
vale um peido da gata
Não
vale a mais fraca glosa
Monalisa
tão formosa
Tem
mistério no olhar
Esta
tal La Gioconda
O
sorriso é de encantar
Nem
Romano da Mãe d’água
Saberia
explicar
E
agora pra terminar
Dois
mil e cinco era o ano
O
tempo é mestre de tudo
Nunca
comete engano
Fecho
Cantando Ciência
No
Rojão Pernambucano.
Nota
: Verso feito em 2005 e hoje, dia 24.01.2023, fiz a Sextilha derradeira, por
acaso vi este Verso e vi que estava por
terminar, já pensou.
Ruy Rodrigues – Na terra das lagoas
de 2005.