segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Vendaval
Tremei velhos penduricalhos
Bibelôs e berloques chorem
Livros e revistas implorem
Se agarrem velhas colchas de retalhos
Armários e mesas falhos
Acenem para nunca mais
Traças e aracnídeos digam ais
Vão embora seus versos de morada
Pois o vento na sua ventarada
Sopra impune e os leva para a lixeira
Se brincar leva a dispensa inteira
Nova sala, novo caos,nova ordem
Aí daqueles que discordem !
segunda-feira, 30 de setembro de 2019
GENEALOPOESIA
José Rodrigues de Souza
Casou-se com Mariana
Eles moravam na Cobra
Se o Espírito não me engana
Na Serra do Cariri
Município de Santana
A mulher tinha uma mana
Uma matuta trigueira
Eram da família Alves
Gente da lida roceira
Casou-se com um senhor
Pedro Alves de Oliveira
Numa lida verdadeira
Nos campos desse sertão
Foram tendo os seus filhos
Pedindo a Deus proteção
Crescendo e multiplicando
Cumprindo sua missão
De toda “ famiação”
Só de alguns eu falarei
Até porque na verdade
Quantos foram eu não sei
Quem sabia já se foi
E isto não perguntei
Como antes eu falei
Dos filhos de seu José
Eu falarei só de tres
Veja a história como é
Antônio, Silvino e Henrique
É verdade ponha fé
Por Jesus de Nazaré
A Dona Maria Rosa
A esposa de seu Pedro
Na luta vitoriosa
Teve Antônia, Moça e Luzia
E a história fica gostosa
Continuando a prosa
A coisa vai complicar
Pois não é que estes seis
Resolveram se casar
Não sei como começou
Mas o fim eu vou contar
Antônio foi se engraçar
Viu que Antônia lhe queria
Silvino gostou de Moça
Se casaram um belo dia
Seu Henrique não foi bobo
E se casou com Luzia
E pela santa poesia
Vejam esta trajetória
De luta e de sofrimento
Mas também sei, de vitória
De Henrique e de Luzia
É que vem a nossa história
Meu povo, estes versinho
populares, foram feitos a partir de uma conversa que tive com meu querido Tio Antônio,
entre final de 2017 e início de 2018, achei importante partilhar,
principalmente com os bisnetos de seu Pedro Alves de Oliveira e Dona Maria Rosa
Alves e seu José Rodrigues de Souza e Dona Mariana Alves.
De seu Henrique e Dona
Luzia para cá, cada um que conte sua história.
Nas Alagoas, Setembro de 2019
Ruy Rodrigues.
sexta-feira, 31 de maio de 2019
O Encontro de Zé Gamela com Antonio Bacana.
(Poesia que integra o texto original de
e A Feira do Balacubaco, peça teatral do Grupo GAPPAJI,
de Iguatu- CE).
Cumpade ôh danação
Que o mundo tá revirado
Bem dizia meu Padim
Já no século passado
Que a famosa Besta Fera
Ia mandar nesta era
E o Tempo já é chegado
Eu já tô é assustado
Com tanta esculhambação
Meu pai ia para a feira
Só levava um tostão
E ainda sobrava trôco
Hoje tô ficando brôco
Pois num dá nem com um milhão
É a tal corrupção
Que arrasou com a pobreza
Atingiu desde Sobral
Capistrano e Fortaleza
E tem uma raiz danada
É bem forte e infincada
É o Sistema com certeza
Te digo com realeza
Cumpade a coisa tá mal
Só quem sofre é os coitados
Que não tem bom cabedal
Quem manda no país inteiro
É a força do estrangeiro
É a força do Capital
A verdade afinal
A coisa é de desamparo
Num Brasil com tanta terra
Num precisa de reparo
Eu não posso intender
Cuma nóis tem que cumer
Um alimento tão caro
Isto é falta de preparo
Eu digo prá vosmissê
Do prefeito ao deputado
Todos querem é se fazer
E o povo que se atole
Que se arrombe quem for mole
Eles botam é pra moer
A minha irmã Mercê
Viúva com 4 filhos
Trabalha de professora
De sua dor eu partilho
Não ganha nem mesmo 1 mil
Isto é um salário vil
Para uma profissão de brilho
É caro o feijão e o milho
Eu digo para o senhor
Falta o feijão e a fava
Na mesa do agricultor
O povo de fome morrendo
E o Governo vendendo
Legume pro exterior
Home nóis num tem valor
Isto ninguém alardeia
Vamos parar de conversa
Ou a coisa fica feia
E nóis sem ter a maldade
Só por falar a verdade
Talvez pare na cadeia.
sexta-feira, 19 de abril de 2019
Os Três Sem Destino
O cordel
I
Pode guardar pro futuro
O que escrevo agora
Faltando a terra de Deus
Chega a de Nossa Senhora
Se prepare meu Nordeste
Pois já passamos no teste
É chagada nossa hora
II
Vou contar pro mundo a fora
Nossa história
verdadeira
De poesia e emoção
De cantoria brejeira
Da pura simplicidade
Do valor da amizade
Que é dom pra vida inteira
III
Nesta pisada certeira
Sem querer fama ou dinheiro
Sem almejar estrelato
Segue um trio verdadeiro
Uns cabras lá do sertão
Tendo como inspiração
O Nordeste Brasileiro
IV
Pois bem, leitor companheiro
Deste país nordestino
Apresento nosso grupo
Talvez o mais pequenino
De tanto que já se fez
Apresento pra você
“Nois”, os Três
Sem Destino
V
Deste o tempo de menino
Nossa raiz é matuta
Não podemos renegar
Com certeza absoluta
Para até aqui chegar
Foi esforço pra danar
Heróica foi nossa luta
VI
É como quem se disputa
Com um boi no tabuleiro
Assim chegamos agora
Aqui vou falar primeiro
Do Gena do acordeon
É ele quem da o tom
Nosso grande sanfoneiro
Do Pernambuco altaneiro
Das bandas do Iati
Vem este cabra - da - peste
Comparecendo aqui
Tem calma e simplicidade
Sabe dizer a verdade
Sem do seu canto “sai”
VIII
De perto do Cariri
Centro - sul do Ceará
Um tocador de viola
Que gosta de improvisar
É volta de couro cru
Ruy vem lá do Iguatu
Não promete pra faltar
IX
É das banda mais de cá
Do solo alagoano
Nascido lá na Batalha
Exemplo de ser humano
Portador da alegria
Mexe com João e Maria
Zabumbeiro: Cristiano
X
Os 3 formaram um plano
De fato sem planejar
Assim bem de brincadeira
De fato só pra brincar
Com a arte de primeira
Mais Brasil, mais Brasileira
Nordestina e popular.
XI
O zabumba a zabunbar
A viola violando
O fole a furunfunfar
Assim vai resfulegando
Segue um trio diferente
Com o jeito da nossa gente
Vai a todos alegrando
XII
O que a gente vai tocando
Tocamos com emoção
É como se os acordes
Saíssem do coração
E tome xote e xaxado
Maracatu pinicado
Coco de roda e baião
XIII
Pra esta grande nação
Do Brasil mais brasileiro
Como cantou Zé - da – Luz
Um poeta verdadeiro
O som dos Três Sem Destino
É sorriso cristalino
Da terra tem som e cheiro
XIV
E ainda por derradeiro
A todos vai um louvor
Pra nossa gente amiga
Para nós tem mais valor
E família e amizade
E Deus que é pai de verdade
Que da Arte é o Criador
XV
Salve o nordeste, senhor
Salve o povo nordestino
Viva a arte popular
Salve o mestre vitalino
Salve Luiz, do baião
Que é pai desta nação
E viva os Três Sem Destino.
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