terça-feira, 12 de julho de 2016

Linha de Cumieira

Linha de Cumieira


Chico Benvas meu amigo
Me preste bem atenção
Um homem da sua marca
Tem valor e tradição
Semente da Paraíba
Miolo de macaíba
És um tronco de mourão

Tu segues a tradição
Do teu velho Bevenuto
Se disser que está feito
É dizer absoluto
Cangalha de aroeira
Linha de cumieira
Lá no dizer do matuto

Pendendo pro absoluto
Eita rima complicada
Chegando 2015
Só quero comer coalhada
E a sobremesa mais pura
Um taco de rapadura
Ou senão uma cocada

Alerta rapaziada
Que o coco é de roda
Um alô pra Isabel
Esta amiga da moda
Balançando meu ganzá
Quero ir a Araxá
Sei que ela não se incomoda.

02 de Janeiro de 2015

Ruy do Ceára

segunda-feira, 11 de julho de 2016

PABULAGEM

PABULAGEM

Na arte da poesia
Recebi um certo dom
Posso não ser dos melhores
Mas tem valor o meu tom
Sem querer me pabular
Eu acho que eu sou é bom

Minha viola tem som
Que anima a assistência
Posso não fazer repente
No nível da excelência
Mas quando pego um mais fraco
Bato sem usar clemência

Embora a minha aparência
De sujeito comportado
Me traga neste conceito
De ser pouco afamado
Chegando a hora precisa
Dou de conta do recado

Eu já bati em barbado
Que se dizia o tal
Da bandas do Ceará
Lá no meu solo natal
Eu só não vou citar nomes
Pois acho que pega mal

Uma vez no festival
Eu bati num cantador
Com tanta força o fiz
Com um osso de corredor
Que ainda hoje me arrependo
Peço perdão ao Senhor

Outra vez em Senador
Eu cantando um desafio
Fiz o vinte virar trinta
Mudei o curso do rio
Bati num cego a traição
Não pode nem dar um pio

Eu mesmo já desconfio
Que um tal de Benvenuto
Agora quer ser poeta
Estas coisas eu escuto
Longe está de ser poeta
Mais próximo de prostituto

Este meu verso matuto
Tem uma força estrondosa
Tem um poeta que se pela
Quando escuta minha prosa
Digo a primeira letra
Lhe chamam de Manga Rosa

Minha lira tão formosa
Humilhou o Camarão
E pra falar a verdade
Daqueles do meu sertão
Só respeito seu Bibi
Só por consideração

Maceió (AL), Abril de 2004.

OBS.Verso reencontrado em 03 de 2016 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

A Palavra Sai



A palavra sai
Para nunca mais voltar
Mas a língua fica no mesmo lugar
Me disse o poeta no seu  linguajar

Aí ta o nó para desatar
Caminho difícil , a explicação
Pois sai a palavra por este mundão
Riscando os ares, queimando o chão

Abrindo veredas no nosso sertão
Ou navegando pelo litoral
Tudo revolvendo como vendaval
Trincando o concreto e o eteral

Quem pode explicar, pergunto afinal
A força que o verbo  na verbalidade
Ou mesmo na escrita se vã ou verdade
Carrega consigo com propriedade

A mesma palavra que chama amizade
Fomenta a mentira a fome a dor
Engana e confunde o trabalhador

Pois vezes é voz do rico opressor

Mas quero falar da palavra amor
Aquela que gera a arte e a vida
Que com a verdade é comprometida
Que é nossa força que é fonte da lida

Que irmã da justiça e que da guarida
Aqueles que lutam pela liberdade
Que amam a paz e a fraternidade
Que dizem e escrevem somente a verdade

Agora termino com sinceridade
Pedindo ao verbo de fato fiel
Origem e fim da terra e do céu
Palavras de vida... pro nosso Doutor... Emanuel!

Abril de 2014,
Nas Alagoas,
Ruy.

Poesia escrita a pedido do amigo João Emanuel e é parte integrante de sua Tese de Doutorado, defendida e aprovada em 2015.

Contatos

Para maiores informações, contato com o autor, dúvidas ou sugestões:
ruy.r@ig.com.br
ou
benita.rodrigues@hotmail.com

obrigada.